sexta-feira, 9 de abril de 2010

Tudo começa pelo fim.

Para começar uma caminhada é preciso estabelecer os objetivos. Esse primeiro passo é quem vai guiar toda a sequência de eventos que se desencadeará. É a partir dos objetivos que definimos as estratégias, visualizamos os possíveis problemas e soluções para eles. É o primeiro a ser estabelecido e o último a ser alcançado.

Quando estabelecemos os objetivos que pretendemos alcançar fica mais fácil planejar o necessário para que ele se realize. Não somos surpreendido pelas dificuldades, mesmo quando não fomos capazes de antecipá-las. Estamos convictos do que queremos. Concentramos esforços e energia para atingir o propósito.

Se desejamos, por exemplo, ser o melhor guitarrista do mundo, já temos claro qual é o nosso objetivo, o que queremos alcançar. A partir daí, devemos planejar os passos para chegar até lá. Começamos com escolher uma boa escola e um bom mestre, adquirimos material para estudar, dedicamos horas e horas estudando e treinando, aprimoramos o nosso ouvido, treinamos a técnica, estimulamos o nosso feeling (expressão, sentimento na execução) e, por fim, alcançamos a autonomia. É preciso ter consciência de que todas essas etapas são necessárias para alcançar o objetivo.

Não podemos perder de vista aquilo que queremos senão desanimamos. Depois de tudo isso é preciso ainda estar consciente de que não vai haver milagre. O céu não irá se abrir para trazer a mensagem de que somos reis da guitarra. Temos que adentrar no mundo da música, mostrar o nosso trabalho, colocá-lo para apreciação e crítica. Precisamos entender que não existe crítica construtiva. A função da crítica é mesmo apontar o que há de defeituoso, incompleto, imperfeito, feio e inadequado. A crítica deve destruir para deixar espaço aberto a uma reconstrução e renovação, para uma nova criação e aperfeiçoamento.

Com tudo é assim. Escrevemos um trabalho, entregamos aos professores e esperamos que ele nos diga que tudo está perfeito. Entretanto, o papel do educador é o de fazer a crítica. Não nos ajuda aquele professor que para tudo nos dá um sorriso, diz que está lindo, perfeito e dá um dez. Somos humanos e imperfeitos e essa é a nossa melhor qualidade. Significa que sempre podemos melhorar, sempre haverá algo a ser aperfeiçoado e, desse modo, haverá sempre um caminho melhor a ser descoberto que pode trazer resultados mais significativos para todos, e não somente para nós. Aquele que tem medo de nos apontar nossos defeitos, limites, incapacidades, inabilidades não nos ajudam. Quem sempre concorda com você pode ser seu pior inimigo pois não o deixa em alerta para o que pode ser melhorado.

Para conquistar nossos objetivos temos que aprender a ouvir a crítica e tomá-la como ponto de partida para uma nova empreitada. Quem nos crítica, ainda que tenha prazer em fazer isso, está nos ajudando (mesmo que essa não seja a intenção) porque nos proporciona uma visão que não estamos tendo daquilo que realizamos.

O caminho pode ser longo mas deve ser significativo. Saiba porque está fazendo e não será abalado pelos problemas. Desenvolva a percepção de que no caminho sempre haverá pedras. Não se entregue e siga em frente.

É como dizem: no final tudo acaba bem! Se não está bem é porque ainda não acabou!
Edmario Nascimento da Silva

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